Poetray

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22 de mar. de 2013

Se me calo


E de repente eu me calo,
Não faço mais ruídos.
Deixo mais vazio o mundo
Sem meus gestos fluídos,
Sem meu nome...
Sem gemidos.

A única verdade é a morte; Por isso busco
A qualquer sorte a mentira,
Pois viver é bom viver
 _ é a melhor saída _ desde que
Seja mentira bem vivida.

Quem disse que sexo é pecado?
Eu não nasci pelado.
Nasci coberto de amor, e para amar, assessórios.
Seria indelicado fechar os olhos ao Criador
A um item do que sou _ criado.

Pensando bem, o dito nunca se cala
Já que a fala é muda
E a mudez a guarda e consome, sem ruído,
Na fala
Sem um gesto fluido,
Sem nome.

A candura e a ira
De mãos dadas,
A verdade e a mentira abraçadas.
Abraçadas à conduta
_ feito puta _
Indo sempre a lugar nenhum.
Assim é uma vida comum.
Eu quero ser diferente
Eu quero ser gente.
E gente grita;
Não, não sussurra.
Até quando se cala,
Não fala,
Urra.

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