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20 de nov. de 2012

Marketing pessoal

Certos nomes de pessoa são tão simples que não precisam de um sobrenome. São perfeitos por ser simples, ninguém questiona sua origem. Como os frutos dispensam o nome científico: como a maçã, pimenta, tomate, jatobá; Raimundo é assim, apenas Raimundo. Não importa se é Nonato, se da Silva ou 

Kubitschek, sabe-se que é Raimundo brasileiro e isso é tudo. Já se sabe o seu cheiro, cor e sabor. É ninguém.





Isso fazia todo sentido naquele momento. O que diferencia um Raimundo brasileiro do outro é a aparência e o saldo bancário. Ao olhar para certas pessoas comuns nunca se espera uma atitude ou ideia brilhante, um gesto que mereça atenção por acrescentar algo em nossas vidas. Mas se ficar famoso! Quando acontece...
“Peidô”, virou manchete.

Numa terra de Raimundos e Marias, é comum ignorar pensamentos e sugestões julgando-os apenas pela aparência dessas figuras pensantes. Até mesmo uma capacidade comprovada é ignorada. Ignora-lhes também a sensibilidade. Faz-se descaso dos sentimentos que em outros, de características idênticas, exceto a origem e aparência, seriam razões de veneração. Isso confunde o indivíduo quando o destino lhe reserva inesperada boa sorte. O mesmo passa a ser amado e apontado como exemplo de perfeição quando entra para o clube da elite, o hall da fama. O próprio Raimundo então, se não tiver convicção de seus valores e o valor de suas origens, fé, logo se esqueceria de quem é e portar-se-ia como qualquer excentricidade humana, antagônico a si mesmo. Ah, um gringo bereberé. _ Que nome expressivo!
O marketing pessoal é algo bastante complexo, difícil de ser trabalhado. Sua necessidade é incontestável, os resultados efetivos são notórios; porém, as consequências no final às vezes abstrusas. A autopromoção é muito importante para a nossa credibilidade profissional e, sem dúvida, pode ser uma excelente ajuda quando procuramos emprego ou qualquer tipo de relacionamento pela vida afora. Mas isso exige cuidado.
O processo de procurar emprego é parecido com o de divulgação de um produto, deve seguir os mesmos passos de uma campanha de marketing para uma empresa, sendo que o produto em questão, que se está tentando vender, é a sua mão de obra, suas habilidades; e qualquer produto, por melhor que o seja, não fará sucesso se não for convenientemente divulgado aos potenciais clientes. Cada um de nós é uma empresa, é o empreendedor e também o produto. Temos em nós mesmos os três pilares fundamentais de sustentação: a missão, a visão e os valores.
Um bom marketing pessoal nos garante vantagem sobre os outros candidatos num processo seletivo e nos torna referência. Mas isso não é tudo. O homem pode ser medido e avaliado por sua capacidade de se autopromover? Sim, dependendo do olhar de quem o fiscaliza. Se aquele que o investiga procura apenas o que a propaganda dispõe em destaque...
Tem gente que só enxerga o óbvio; sendo assim, não importa se o que se tem é apenas a embalagem do homem. Mas e quanto a você que não é apenas uma embalagem oca? Você que tem seus princípios, defende suas crenças, seu passado, suas dúvidas? Você tem recheios. De repente esses recheios ofuscados pelo brilho de sua embalagem é a sua essência de vida. Há aqueles que vendem a alma por uma posição; e há aqueles que morrem, mas não vendem a alma em nenhuma ocasião. _ Eis uma razão para análise.
É importante saber para onde deseja projetar seu marketing pessoal. É fundamental escolher o alvo para o qual deseja atrair, imprimir seu slogan e fixar seu jingle. Escolher, portanto, o tipo de empresa para lhes oferecer-nos, nós produtos. E sempre ter em mente que para a empresa, nós funcionários, somos apenas um número. Um produto identificado.

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